Brasil está entre líderes em construções sustentáveis
O país já ocupa a quarta posição no ranking mundial com 526
empreendimentos sustentáveis construídos de 2007 a abril de 2012
O Brasil já ocupa a quarta
posição no ranking mundial de construções sustentáveis,
de acordo com o órgão internacional Green Building Council (US GBC). “Começa a
despontar como um dos países líderes desse mercado, que vem crescendo muito nos
últimos anos”, disse à Agência Brasil o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos
O primeiro prédio sustentável
brasileiro foi registrado em 2004. O conceito começou a ganhar força, porém, a
partir de 2007, informou Casado. De 2007 até abril de 2012, o Brasil registra
um total de 526 empreendimentos sustentáveis, sendo 52 certificados e 474 em
processo de certificação no US GBC. Até 2007, eram apenas oito projetos
brasileiros certificados.
O ranking mundial é liderado
pelos Estados Unidos, com um total de 40.262 construções sustentáveis, seguido
pela China, com 869, e os Emirados Árabes Unidos, com 767. Marcos Casado
lembrou que, nos Estados Unidos, esse processo começou 15 anos antes do que no
Brasil. “Eles já têm uma cultura toda transformada para isso e nós ainda
estamos nessa etapa inicial de mudar a cultura e provar que é viável trabalhar
em cima desse conceito na construção civil, que é um dos setores que mais
causam impacto ao meio ambiente”.
Já existe, segundo o gerente
técnico do GBC Brasil, o engajamento do setor da construção nesse tipo de
mercado, que se mostra bastante aquecido no país e no mundo. Além disso, Casado
destacou que há um conhecimento maior por parte das pessoas, devido aos
benefícios que esse conceito acaba introduzindo na construção. “Eles vão desde
a economia dos recursos naturais e a redução dos resíduos, até a redução dos
custos operacionais da edificação, depois do seu uso. Isso vem levando as
construtoras e grandes empresas a adotar esse conceito”.
Para Casado, as construções
sustentáveis são uma tendência mundial. “A gente tem hoje, só em certificação
Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) no mundo, mais de 60 mil
projetos. Então, é uma tendência muito grande e a gente percebe que esse número
cresce a cada dia”. Desde agosto do ano passado, vem sendo registrado pelo
menos um projeto por dia útil no Brasil, buscando certificação. Marcos Casado
estima que até o fim deste ano, o número de empreendimentos sustentáveis
brasileiros em certificação alcance entre 650 e 700.
Os chamados prédios verdes não
têm, entretanto, nível de emissão zero de gás carbônico. “Mas a gente reduz
muito esses impactos”, explicou o gerente. Em vários países do mundo, já
existem prédios autossustentáveis, que geram a própria energia que consomem e
neutralizam o carbono emitido. Essa tecnologia, entretanto, ainda não foi
implantada no Brasil. “A gente está caminhando para isso. Acredito que, em
breve, em cinco ou dez anos no máximo, a gente vai estar com esses edifícios
também no Brasil”.
Para os moradores de prédios
sustentáveis, também há benefícios, declarou. “Para o usuário comercial ou
residencial, a grande vantagem está no custo operacional, porque eu reduzo, em
média, em 30% o consumo de energia, entre 30% e 50% o consumo de água, além de
diminuir a geração de resíduos”. O custo operacional fica, em média, entre 8% e
9% mais barato do que em um prédio convencional. Por isso, relatou Casado, os
prédios sustentáveis são mais valorizados pelos construtores e apresentam preço
mais alto. “A contrapartida vem no custo operacional. Acaba sendo mais barata a
operação e ele equilibra esse custo financeiro”.
O GBC Brasil está iniciando um
trabalho com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo para incorporar
o conceito de sustentabilidade também em construções populares. Cobertura
verde, aproveitamento da água pluvial, aquecimento solar e aumento do pé
direito para melhoria do conforto são alguns dos itens em estudo. “Isso acaba
barateando o custo operacional”.
O GBC Brasil desenvolve também o
projeto da Copa Verde. Estão sendo certificados com o selo de sustentabilidade
12 estádios que se acham em reforma ou em construção nas cidades que sediarão
os jogos da Copa do Mundo de 2014. O projeto Greening the Games: How Brazil’s
World Cup Is Driving Economic Changes’ (Tornando os Jogos Verdes: Como a Copa
do Brasil Está Levando a Mudanças Econômicas) será apresentado no próximo dia
16 de junho, no auditório T9 do Riocentro, onde ocorrerá a Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
No dia 18, a organização
divulgará um documento oficial sobre construção sustentável em evento paralelo
à conferência da ONU, no Forte de Copacabana, “visando a expandir essa economia
verde no país”. O evento é organizado pelas federações das Indústrias dos
estados do Rio de Janeiro (Firjan) e São Paulo (Fiesp), entre outras entidades.
1 comentários:
O futuro com qualidade de vida depende da participação e criatividade de todos! Melhorar e fazer bem, sempre.
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